4 de abr. de 2014

Sobre o tédio.

Acordo com o sol invadindo a janela, xingo mentalmente meu cachorro por ter conseguido abrir a cortina, fecho ela e tento voltar a dormir. As dores são muitas e nem um relaxante muscular conseguiria melhorá-las.

Levanto, cabelo bagunçado, cara marcada, olhos inchados, preguiça, sono, dor. Vou ao banheiro e sem me preocupar com o reflexo no espelho me encaro pensando em algo que não lembro. Vou para a cozinha, pego uma xícara e ponho chá. Abro a geladeira para pensar, lembro que não tem nada ali para comer, fecho a geladeira.

Meu cachorro andando entre minhas pernas, tropeço sem querer, quase caio, me lembro que isso significa mais um roxo nas minhas pernas, volto para a cama, ligo o computador, penso sobre o que fazer, abro o youtube e não tem nada legal lá também.

Abro o Facebook
e me lembro que foi bobeira abrir, fecho o computador. O pluto pega um brinquedo e fica me latindo para chamar atenção, pego o brinquedo sem me lembrar da dor nos braços e começo a brincar com ele, no primeiro puxão começo a sentir meus músculos doendo, lembro porque mesmo não queria brincar com ele, deixo ele quieto. Ele deita e vai dormir e por 5 segundos invejo essa capacidade de dormir tão facilmente.

Levanto, tiro o pijama, pego a toalha e vou tomar um banho, o calor da água relaxa meu corpo dolorido, me lembro que tem treino hoje e gemo de medo das dores de amanhã. Saio do banho, procuro a roupa mais confortável do meu guarda roupa, ponho umas bolachas no prato, vou comer, o chá já havia esfriado, ponho ele no microondas. Espero e pronto, posso comer.

O sono volta, olho no relógio e me digo mentalmente que não é mais hora de dormir, resmungo pelos cantos da casa enquanto ando de meia e por fim resolvo escrever, afinal é isso que faço, eu escrevo. Sobre gente, sobre cotidiano, sobre a vida e sobre o tédio.

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