11 de mar. de 2014

Quarto

Não sei sobre o que quero escrever, quero contar sobre todas as novidades que tenho tido, todas as esperanças e tudo que há de bom para ser dito, quero que minha cabeça fique livre como sempre para criar e ser feliz com o que tiver que ser e quero tudo hoje, agora.

Os desenhos do quarto estão um tanto desbotados, da cortina emana uma luz azulada meio fria que por escurecer o quarto me causa dor de cabeça. Tem uma bagunça básica de uma noite mal dormida e entre insetos mortos pelo chão e esse ar amanhecido de quem precisa se renovar o quarto fica como sempre está, comum, sem vida, só uma expressão de ideias inacabadas.

O mundo lá fora me faz ansiar pelo dia que estarei mais lá do que aqui, o dia em que o quarto deixe de ser a expressão de uma garota que tem nele o seu mundo para ser somente um lugar de repouso, mas por enquanto esse é o meu mundo, entre móveis que não se combinam e cores que mesclam feminilidade e hostilidade vivo nesse pequeno mundo onde tudo é meu, tudo está onde deixei, nada tem vida própria, e até essa estabilidade me causa algum tédio.

No canto um violão pequeno, que me diz das músicas que um dia ainda aprenderei a tocar, no outro uma estante pequena abarrotada de livros que me mostram de onde meu conhecimento vem e mais ao fundo, próximo da janela fria e opaca há uma mesa, mesa desgastada, velha, com gavetas tortas e quebrando, com inúmeras coisas sobre quem eu fui, e nada sobre quem sou ou serei.

Quando olho para o meu quarto, não vejo o meu da frase anterior, vejo só um quarto, um refugio de uma mente que pouco se contenta com o exterior hipócrita em que vive, um submundo que uma hora tem que acabar.

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