31 de mar. de 2014

Essa pequena carta.

Existem coisas no meu quarto que diria não me pertencer, falo sério, quando olho para o violão ali no canto, penso na sua facilidade em me distrair com apenas algumas notas e lembro muito bem do porque ano após ano você tem se tornado mais presente em mim toda manhã.

Não é só pela primeira garrafa de Duff, ou por ter conseguido me fazer gostar de cerveja, nem pela meia de natal que enfeita a porta do meu guarda roupa. Desconfio que é pelo cigarro que você fazia questão de fumar perto de mim, pela maneira como cada passo dado reflete em nós e no medo que tive de perder sua amizade quando descobri que não era mais a unica menina que sabia seu endereço e brincava com a sua irmã.

Putz, você faz falta, e muita. Juro que tem dias que penso seriamente em fazer geografia para poder voltar a colar de você nas provas ou ainda para simplesmente me sentar ao seu lado e desfrutar de um tempo nosso, como sempre o fizemos.

Não se trata hoje, e nunca se tratou, do tempo que passamos juntos ou do quanto sua presença em minha vida me modificou. Desconfio que seja sobre como ainda detesto suas manias e, mesmo assim, quando estou sozinha me sentindo solitária lembro delas e do seu jeito engraçado de me dizer algumas verdades sem que elas doam tanto.


Será que algum dia vou saber dizer o quanto te amo? E o quanto meu mundo se modificou e quanto ainda não sei química por sua culpa?

Faz tempo que não te vejo, tempo que não sentamos e conversamos como iguais e desconfio que ainda vai demorar para acontecer, mas digo isso de coração, hoje, enquanto escrevo essa pequena carta sobre um dos poucos homens confiáveis que encontrei nesse caminho chamado vida, penso em subir algumas quadras, em baixo de chuva ou sol, pouco importa, para te dar um abraço e quem sabe ficar ali só um pouco.

Hoje percebi que faz quase um ano que não escrevo sobre nós, sobre as coisas que sempre ficarão marcadas como nossas, tipo Guns and roses e também aquele dia tão triste mas tão especial. Por favor não esquece de vir checar se ainda estou bem, se o pouco da força que me resta para lutar ainda existe, não deixe de voltar. Posso não estar mais morena, nem loira, ou ruiva, mas ainda assim, continuo sendo a pequena.

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